Esta é uma doença bastante antiga.
Há cerca de 3.000 anos a epilepsia já era representada em papiros e atribuida a uma entidade maléfica; os hebreus acreditavam que cuspindo sobre um corpo em convulsões obrigavam o demónio a sair e pensavam que as fases da lua provocariam as crises epilépticas.
Depois das cefaleias, a epilepsia é a doença neurológica mais frequente, tendo uma inicidencia de 24 a 53/100000 habitante/ ano.
Assim, esta doença caracteriza-se por ser uma perturbação cerebral que ocorre com episódios convulsivos, ou seja, uma descarga dos neurónios súbita ou massiva que pode ser local ou generalizada, dependendo do local do encéfalo envolvido e da alteração (ou nao) da consciencia.
Existem vários tipos de crises consoante a lesão cerebral e o local, uma vez que, cada parte do nosso cerebro controla uma das nossas funções motoras...
As pessoas com epilepsia podem ter crises devido a diferentes estímulos, por exemplo, uma lesao cerebral ao nivel do lobo temporal do cerebro (responsável pela audiçao) vai provocar o desencadeamento de uma crise quando a pessoa ouve determinados sons.
Para que o diagnostico seja correcto, é necessário qua uma pessoa testemunhe descrevendo exactamente o ocorrido, as circunstancias que rodearam o episódio também sao importantes, bem como, aquilo que poderá ter desencadeado a crise.
Como métodos de diagnóstico, temos assim, o electroencefalograma, a ressonancia magnética,a TAC, PET e ainda SPECT.
O tratamento passa pela administração de fármacos em que o objectivo é o controlo de crises, evitando a sua repitição. deve iniciar-se com um só farmaco. um dos mais usados é o valproato de sódio (largo espectro de acção).
o doente deve fazer um calendário das crises de forma a que posteriormente se confirme se o tratamento fez efeito ou nao. caso o tratamento nao estiver a fazer efeito desejado, o doente deve ser enviado a um médico especializado em epilepsia para que possam ser associados mais do que um fármaco.
O tratamento cirurgico tb é indicado nestes doentes com o objectivo da cura da epilepsia e de uma melhoria da qualidade de vida destes individuos. Contudo, nem sempre é possivel o fazer ,visto que, é necessária a correcta localização do foco epiléptico e posterior remoçao.
A mortalidade nos doentes com epilepsia é cerca de 2 a 3 xs superior à mortalidade da população geral relacionada com quedas, afogamento, queimaduras, suicídio...
Assim, o papel do enfermeiro e todas as pessoas que o possam fazer durante uma crise consiste:
< assegurar a permeabilidade das vias aéreas
< monitorizar sinais vitais
<proteger o doente de traumatismos
< nao impedir os movimentos do d0ente
< observar e registar o tipo e duração da convulsao
< administrar a medicação anticonvulsivante/ antipiléptica se prescrita pelo médico (enfermeiros)